Toda crise também é uma oportunidade para mudar: aprender com bons exemplos, reinventar-se e propor soluções para a retomada da economia. Com o projeto Futuro RS, o Rio Grande do Sul se une para que a desafiadora caminhada de 2020 se converta em ações e atitudes capazes de trazer esperança e novos rumos.
Os dados da pesquisa feita pelo Methodus são uma bússola neste cenário dominado por incertezas. Uma das conclusões é de que o papel dos prefeitos não está centrado somente na figura de um “zelador” da cidade. São agentes de humanização. Estão na linha de frente, cuidam das pessoas, planejam e adotam medidas para que o novo coronavírus cause um impacto menor na economia e na vida de cada um.
Para os nossos municípios, os dias têm sido de superação e coragem. A brutal queda na arrecadação obriga gestores municipais a se reinventar, reorganizar estruturas e enxugar mais ainda as despesas. Em outras palavras, cortar na própria carne, mas sem descuidar das demandas de infraestrutura.
E a desburocratização dos processos não fica fora da rotina. É preciso agilidade na tomada de decisões e nas respostas à população e ter uma administração mais eficiente, apesar de todas as restrições financeiras impostas pela crise e pela queda nos repasses estaduais e federais. Muitos prefeitos terão de ampliar os programas de proteção social e de emprego, principalmente depois de a União deixar de conceder os benefícios emergenciais.
As adversidades deverão ser enfrentadas com ações capazes de minimizar a desaceleração das cadeias econômicas, com alternativas de abertura e circulação que reduzam o impacto do desemprego nas cidades e regiões. Para 80% dos entrevistados, o crescimento do desemprego é uma grande preocupação. Não podemos esquecer que, em um estado com reconhecida vocação agrícola, o setor primário seguirá como uma das molas propulsoras de renda e trabalho – tudo isso sem descuidar da ativação de setores importantes como turismo, comércio, indústria e serviços.
Sozinhos, os municípios não sairão da crise. Mais do que nunca, os governos Federal e do Estado devem ser um indutores do desenvolvimento: propor medidas que ajudem a alavancar os municípios, com uma política tributária mais justa e capaz de atrair novos investimentos. A participação das universidades (e dos COREDES), conforme da pesquisa, adquire especial importância para 74% dos entrevistados que as consideram fundamentais para o crescimento da região.
E nós, do Parlamento, temos a responsabilidade de propor soluções que ajudem a virar o jogo, como estamos fazendo no Fórum de Combate ao Colapso Social e Econômico. Eis que os resultados do levantamento demonstram que estamos no caminho certo: grande parte das soluções passa por iniciativas que visam o aumento da competitividade gaúcha. Essa é a grande bandeira que temos empunhado em nosso mandato à frente da Casa, e é um compromisso reafirmado pelos parlamentares desde o início da crise.
O pós-pandemia requer soma de esforços, com responsabilidade, equilíbrio e serenidade. Só teremos isso se nos abrirmos para o diálogo e fizermos um exercício de reflexão – como neste desafio que o Correio do Povo nos propõe. Vamos nos irmanar em torno de um Rio Grande com mais empatia e atitude. E, principalmente, com os olhos voltados para o futuro.