As eleições municipais são as mais importantes, pois as pessoas moram no município. Teremos mais de 500 mil pessoas disputando as eleições. Serão eleitos 5.570 prefeitos e seus vices e 57.592 vereadores (números de 2016).
É na eleição municipal que aflora o melhor sentimento do voto cidadão, pois é onde o eleitor esta mais perto e melhor conhece os candidatos. Isto consagra a expressão do deputado americano Tip O’ Neill “TODA A POLÍTICA É LOCAL”.
Será a primeira eleição que veda a coligação partidária para vereador e haverá um novo jogo a ser jogado. A medida resultará na diminuição do número de partidos, já que serão afastados os menos competitivos, e os de aluguel.
Será a primeira eleição municipal com recursos públicos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha criado pela Lei 13.487/17. Sem discutir o mérito e os valores cabem duas exigências: critérios justos na distribuição dos recursos e transparência na prestação de contas. Outro debate é a credibilidade dos partidos. Desgastados, por estarem desconectados com o eleitor, eles continuam vitais para a democracia e na organização do exercício do poder.
Qual será a influência nas eleições municipais do atual cenário nacional marcado pela polarização? A polarização em si própria, não é o problema. O problema está nos extremos e na intolerância que reduz as relações sociais, mesmo entre pessoas próximas.
A eleição municipal fica no meio da nacional, anterior (2018) e da subsequente (2022). Por essa lógica ela carregará um pouco da anterior e será uma bússola indicativa da futura. É preciso diminuir os ressentimentos e o clima raivoso de 2018 e evitar nacionalizar a eleição pelo debate ideológico e pelos efeitos da precoce campanha eleitoral de 2022.
É imperativo priorizar a discussão de temas locais, colocando os interesses desses eleitores em primeiro lugar. Precisamos resgatar o diálogo entre as pessoas que vivem na mesma comunidade. A democracia é a convivência entre diferentes.
Cabe aos partidos participarem, com ética e de forma justa, apresentando propostas realistas e candidatos honestos, competentes e com visão do bem comum. Compete ao eleitor comparar as propostas e os candidatos e, no silêncio da urna, com liberdade, fazer a sua escolha. Por fim cabe lembrar Neruda: “As pessoas são livres para suas escolhas e reféns de suas consequências”.
Celso Bernardi – Presidente Estadual do Progressistas – PP/RS